Ndundu por Tata Kitalehoxi



Nkisi Ndundu









Ndundu é um Nkisi originário das terras Kongo, foi cultuado por varias tribos congolense como os Bakongo e etc.



A palavra Ndundu tem o significado de albino, por ser uma Divindade de origem aquática e terrestre, tem ligação com a Mpemba primordial, o pó branco que brota em barrancos e beirada de lagoas. Ndundu é um dos Nkisi que tem como regência o inicio da manhã e o por do sol seguindo a noite adentro. É casos raros de esse Nkisi transitar na luz do dia, de sol forte, só acontece quando se chama a presença, por seus descendentes, pessoas iniciadas pro mesmo.



As pessoas albinas sofrem preconceitos de grande parte da sociedade desinformada, acreditam, por conta própria, da pigmentação esbranquiçada, tachando como se fossem portadores de doenças graves, contagiosas, pessoas anormais. Eu digo ser um grande equivoco da sociedade desinformada, que cometem esse conceito contrario ao coerente.



O albino, desde os tempos antigos, anterior a era de Cristo, são considerados como seres divinos reencarnados, totalmente purificados em Mbaza Mpemba (Mundo dos Ancestrais), reingressando novamente no mundo dos vivos. Os Albinos mesmo sendo considerados divinos reencarnados, são classificados, brandamente, como pessoas não normais, pois, por serem filhos de pais negros, e, virem ao mundo como uma cor branca, faz deles serem considerado um divino, reencarnado, por todos que professam essa cultura religiosa e oral.



Pessoas albinas, pelo menos grande maioria delas, são escolhidos pelo Nkisi Ndundu, Divindade que toma conta dos mesmos, por ser um reencarnado portando determinados poderes relacionados à cura de muitas infinidades.



Nkisi Ndundu não é maldição, mas sim a cura, e, a sua referência é a água terrestre.



É considerado por muitas pessoas que presenciaram sua aparição, nas beiras de rios, lagoas ou em barrancos próximo a águas que brotam a Mpemba primordial, ser um homem cujo corpo tornou-se muito magro, apesar de sua barriga ser inchada.



Nkisi Ndundu tem (umbeki). Ndundu predomina a cor do saco de medicina que se coloca no Nkisi, saco este de cor branca, contendo uma diversidade de coisas sagrada, todo o segredo divino, relacionado à própria natureza do Nkisi.



Ndundu é o Nkisi que tem ligação com Bisimbi - Espíritos da natureza aquática, acreditam que pessoas albinas têm o poder de se comunicarem com os Simbi, umas com mais facilidade e outras com menos. Mas com o avanço do ocidental, nos dias de hoje, pessoas albinas, desconhecem o dom que reside dentro do próprio corpo. Deixando-se levarem pelas culturas ocidentais, esquecendo-se de sua própria origem, de onde veio e pra onde vai.



São pensados para manter relações especiais com o Bisimbi - Espíritos da natureza aquática, no outro mundo debaixo de água, onde estão as pessoas de cor branca, pessoas que já desencarnaram e estão em processo de evolução, vivendo, de 6 a 7 vezes a mais, que o normal no mundo dos vivos.



O Nganga Ndundu – Sacerdote consagrado ao Nkisi Ndundu é muito procurado por pessoas doentes, pra intermediar, procurando uma benção de cura deste Nkisi.



A cura do paciente inclui uma boa alimentação própria todos os dias, e, uma pitada de medicamento no Nkisi, sempre acompanhado de rezas e outros encantamentos revelados pelo Nkisi ao Nganga Ndundu a ser executado.



Ndundu é como muitos outros Minkisi, é um culto de aflição, em que a doença é um convite para se tornar um Nganga, a fim de curar-se e tornar-se um ministro, um Sacerdote de cura para os outros.



O culto de aflição não é considerado como maldição, é apenas o meio mais apropriado de se manter a tradição divina de um Nkisi. Caso o convite para ser tornar um Nganga, mantendo-se uma tradição divina, por ordens do Nkisi, seja recusada, ele não se cura, deixando-se de salvar a própria vida e de futuras gerações, pois a tradição de um Nkisi não estar somente em cultuá-lo, está nas manipulações de remédios consagrados por esses Minkisi a salvar a vida e a tradição divina, para que sempre perpetua a cura.





Em terras Kongo, todos que são curados pelo Nkisi Ndundu, se tornam um Nganga, doenças causadas por Bisimbi, que somente Ndundu, tem o segredo de expulsa-la tornando o doente curado. Depois da cura, o doente, é conduzido a dar inicio em um ritual próprio, uma passagem de formação através de Nganga em "a terra dos mortos''.



O Nganga quando adoece, é levado para as águas de Ndundu, em uma lagoa, acredita-se que a lagoa é a morada dos Bisimbi – Espíritos da natureza aquática, onde será tratado. No local se encontra o primeiro Nganga que compôs esse Nkisi, nessa região, tratara dele. Esse Nganga mais velho não se trata de um ancestral e sim do primeiro fundador da linha de Banganga que tem se iniciado para esse Nkisi.



Ele então mergulha na água com uma Nsanda (Cesta) de carga, cesta feito da casca da figueira, muito cultivada na região, que tem como símbolo religioso relacionado a fertilidade e a prosperidade de toda a comunidade.



O lago Ndundu, na realidade é um caminho, o caminho para a aldeia dos ancestrais, após o Nganga ter mergulhado, o primeiro Nganga chega para recebê-lo e mostrar-lhe o caminho para sua casa.



Ele ao chegar na aldeia, eles comeram e bebera como de costume, onde em seguida o Nganga, primeiro é tratado completamente com o Nkisi Ndundu.



Ao terminar o tratamento é permitida a estadia dele por dois ou três dias no local. No dia escolhido, estando pronto pra voltar pra aldeia, eles cortam lhe os cabelos de forma ritualística, enviando-o de volta com alimentos e panos para a sua aldeia.



Ao chegar na aldeia, os moradores ficam surpresos e espantados ao mesmo tempo, com as manchas vermelho e branco em todo o corpo e sem cabelo.



Após a sua chegada na aldeia, apresentam-no penas de papagaio e pelicano. As penas de papagaio vermelho com um propósito ritual é um sinal da capacidade de falar coisas ocultas.



Texto elaborado, estudado e pesquisado por Tata Kambondo Kitalehoxi, Ndanji Gomeia.

Um comentário:

  1. Gostaria de conseguir o contato do Tatá Kambondo Kitalehoxi,pois perdi quando fui assaltada,eu participava do grupo que ele me convidou a participar

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